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Mercenários russos na Ucrânia tem ligações com a extrema-direita
Extrema Direita

Mercenários russos na Ucrânia tem ligações com a extrema-direita

Grupo Wagner é ligado à supremacistas brancos, segundo a iniciativa Tech Against Terrorism.

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Tempo de leitura: 4 minutos.

Via The Guardian

Os mercenários russos que combatem na Ucrânia, incluindo o Grupo Wagner apoiado pelo Kremlin, têm ligações com o extremismo de extrema-direita, incluindo uma organização designada pelos EUA como terrorista, revela a análise.

Embora Vladimir Putin diga que sua “operação militar especial” visa a “desnazificação” da Ucrânia, uma investigação encontrou ligações entre as forças pró-russas e o extremismo violento de direita, incluindo aqueles diretamente afiliados ao Wagner.

Uma postagem no aplicativo de mensagens Telegram, datado de 15 de março, mostra a bandeira do Movimento Imperial Russo (RIM), uma organização paramilitar branco-supremacista que os EUA listam como terrorista, supostamente comandada por separatistas apoiados por Moscou em Donetsk. A postagem foi compartilhado por um canal pró-Putin.

Muito do conteúdo extremista, postado no Telegram e na plataforma de mídia social russa VKontakte (VK), refere-se a uma unidade de extrema direita dentro do Grupo Wagner chamada Rusich com outros ligados a comunidades online pró-Kremlin, alguns com o nome e o logotipo do Grupo Wagner.

Adam Hadley, diretor executivo da Tech Against Terrorism, uma iniciativa baseada em Londres apoiada pela diretoria executiva antiterrorismo da ONU, disse que sua análise indicou que as forças apoiadas pela Rússia na Ucrânia, incluindo o Grupo Wagner, estão “quase certamente ligadas a organizações de extrema extrema-direita”.

Hadley acrescentou: “Dadas as exigências absurdas de Putin para a ‘desnazificação’ da Ucrânia, sugerimos que ele deveria primeiro erradicar os neonazistas de suas próprias fileiras antes de apontar o dedo a outros”.

Uma das organizações mais secretas da Rússia, o Grupo Wagner não existe oficialmente. Entretanto, relatórios sugerem que centenas de seus membros estão lutando na Ucrânia com reivindicações logo após a invasão de que seus mercenários estavam operando em Kiev com ordens do Kremlin para assassinar o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy.

Também se entende que estão sendo feitos esforços por grupos privados de mensagens na Rússia para recrutar uma nova brigada de mercenários para lutar na Ucrânia. Recentemente, o ministro da defesa russo, Sergei Shoigu, anunciou que 16.000 combatentes do Oriente Médio haviam se voluntariado para lutar com o exército russo.

Uma conta na VK é dedicada ao grupo russo “sabotagem e reconhecimento de assalto” que parece estar operando na Ucrânia, de acordo com um posto em 17 de março. O logotipo russo apresenta uma suástica eslava conhecida como Kolovrat.

Outra publicação recente na lista da VK é dedicada ao Rusich como parte de uma coalizão de grupos e milícias separatistas, incluindo o grupo de extrema extrema-direita, a Unidade Nacional Russa.

Uma imagem compartilhada na VK por uma conta afiliada à Rússia mostra combatentes, aparentemente na Ucrânia, embora tenha se mostrado impossível de verificar, segurando uma bandeira Valknut, um símbolo também comumente apropriado pelos supremacistas brancos.

Existem relatos de que unidades mercenárias recrutadas para o Wagner estão recebendo nomes como “Os Falcões”, possivelmente para se afastar da reputação do grupo após repetidas acusações de abusos dos direitos humanos em suas operações na Síria e na Líbia.

A análise da Tech Against Terrorism encontrou, em maio de 2021, um proeminente canal de Telegram afiliado ao Grupo Wagner, compartilhando uma imagem do Kolovrat supostamente em um penhasco em Palmyra, na Síria.

Também encontrou canais de Telegram – chamados “Wagner PMC” em russo – compartilhando filmagens e memes tão recentemente quanto em 4 de março relacionados com a tortura e decapitação de um sírio cativo por mercenários de Wagner em 2017.

O grupo Wagner foi identificado pela primeira vez em 2014, ao apoiar separatistas pró-russos no conflito no leste da Ucrânia. Ele pertence a Yevgeny Prigozhin, um dos aliados mais próximos de Putin, e desde então tem conduzido operações secretas em toda a África e no Oriente Médio.

Os especialistas militares acreditam que os mercenários permitem que o Kremlin – que sempre negou qualquer ligação com grupos mercenários – mantenha seu número de mortos baixo.

Em um esforço para controlar sua narrativa, a Rússia abriu recentemente um processo criminal contra o proprietário do Facebook, Meta, acusando-o de ser uma organização extremista.

A ação dos promotores russos veio depois que o gigante tecnológico americano permitiu temporariamente o uso de termos como “morte aos invasores russos”.

Hadley acrescentou: “Condenamos a Rússia por armar o terrorismo desta forma e subverter as normas internacionais de combate ao terrorismo”.

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