Pular para o conteúdo
Negacionismo de Bolsonaro provoca queda de vacinação infantil no Brasil
Negacionismo

Negacionismo de Bolsonaro provoca queda de vacinação infantil no Brasil

Declínio da busca pela proteção das crianças tem relação direta com a covid-19 e as sucessivas campanhas de desinformação.

Por

Tempo de leitura: 3 minutos.

Via Rede Brasil Atual

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alerta para a rápida queda dos índices de vacinação infantil no Brasil a partir de 2019, primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro. Atualmente, três em cada 10 crianças brasileiras ainda não receberam a vacina Tríplice Viral D1 este ano. A aplicação protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Em 2019, o percentual desta população que recebeu a D1 foi de 93,1%. O caso é ainda mais grave no que diz respeito à poliomielite. Em 2019, 84,2% das crianças estavam imunizadas. Hoje, o número caiu para 67,7%.

Diante desse cenário, o Unicef cobra ações urgentes do governo. “Fortaleçam ou restabeleçam urgentemente os programas de imunização de rotina, desenvolvam campanhas para aumentar a confiança nas vacinas e implementem planos para alcançar todas as crianças e todos os adolescentes e suas famílias com serviços de vacinação; especialmente aos mais vulneráveis que não têm acesso aos serviços de saúde, devido à sua localização geográfica, situação migratória ou identidade étnica”, informam, em nota, os especialistas da entidade ligada a ONU.

A imunização infantil é obrigatória no Brasil, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Também é considerada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A ordem é literal no texto do artigo 14, parágrafo 1o do ECA (Lei 8.069/90): “É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias”.

Negacionismo

O declínio dos percentuais de vacinação infantil no país tem relação direta com a pandemia da covid-19, período em que uma série de campanhas de desinformação sobre a segurança dos imunizantes tomaram conta das redes sociais, em especial àquelas de apoiadores do presidente. “A pandemia certamente contribuiu ainda mais para o agravamento do problema. Para reverter esse cenário, é fundamental fortalecer os programas de imunização e os sistemas de saúde, e incentivar famílias a vacinar as crianças”, afirma Stephanie Amaral, oficial de Saúde do Unicef no Brasil.

“Na primeira infância, crianças recebem imunização contra, pelo menos, 17 doenças. O declínio nas taxas de vacinação coloca milhões de crianças e adolescentes em risco de doenças perigosas, e evitáveis”, completa a especialista. A má condução da pandemia de covid-19 levou a uma série de mortes evitáveis, de acordo com especialistas. O Brasil não realizou um plano de contenção do vírus, além de ter atrasado na compra de vacinas. Como resultado, trata-se do segundo país com maior número de vítimas da doença, atrás apenas dos Estados Unidos.

Este cenário visto com a disseminação descontrolada da covid-19 alerta para o futuro sobre outras doenças; em especial as facilmente evitáveis com vacinas. “Quanto mais crianças não tiverem acesso às vacinas, mais fácil se torna a propagação de doenças. Bolsões de comunidades subimunizadas e não imunizadas podem levar a surtos em diferentes regiões do globo e à volta de doenças erradicadas em diversos países”, informa o Unicef.

Você também pode se interessar por