O grupo de extrema direita Moms for Liberty registrou mais de US$ 2 milhões em receita em 2022

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O Moms for Liberty relatou US$ 2,1 milhões em receita total em 2022, mais de cinco vezes o que a organização conservadora sem fins lucrativos de “direitos dos pais” obteve em seu ano inaugural em 2021, de acordo com um documento fiscal fornecido à The Associated Press na sexta-feira.

O aumento drástico, acima da receita de US$ 370.000 no ano anterior, revela a pegada financeira do crescimento maciço do grupo polarizador em todo o país, incluindo eventos de alto nível no ano passado com grupos conservadores proeminentes e candidatos políticos republicanos.

Desde a sua fundação em 2021, o Moms for Liberty obteve um apoio vigoroso de alguns conservadores que apoiam seus esforços para direcionar as referências à raça e à identidade LGBTQ+ nas escolas de todo o país. Ao mesmo tempo, o grupo gerou forte reação de grupos de base e organizações contra o ódio que argumentam que seu ativismo estimula ideias extremistas e prejudica estudantes de minorias e LGBTQ+.

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A porta-voz do Moms for Liberty, Marleigh Kerr, disse que o salto na receita do grupo “é prova da generosidade” das pessoas envolvidas na luta para proteger os direitos dos pais.

A declaração de imposto de renda mostra que a maior parte da receita do grupo em 2022 – quase US$ 2 milhões – veio de contribuições e subsídios. Ele ganhou quantias menores com atividades educacionais (cerca de US$ 68.000) e vendas de mercadorias (cerca de US$ 96.000).

Embora a Moms for Liberty seja uma organização sem fins lucrativos 501(c) 4 e, portanto, não seja obrigada a divulgar seus doadores, documentos e divulgações de outras organizações revelam que alguns de seus financiadores de 2022 eram grupos e doadores de direita bem conhecidos.

A declaração de imposto de renda de 2022 da conservadora Heritage Foundation mostra que ela deu ao Moms for Liberty US$ 25.000 quando concedeu ao grupo o Prêmio Salvatori de Cidadania anual. E o Leadership Institute, que treinou políticos conservadores, do ex-vice-presidente Mike Pence ao líder da minoria no Senado Mitch McConnell, disse em seu site que foi o principal patrocinador da cúpula nacional de 2022 do Moms for Liberty.

Embora o registro do grupo não indique os nomes dos doadores, ele mostra que a Moms for Liberty recebeu algumas grandes contribuições em 2022, incluindo uma doação de US$ 1 milhão e outra de US$ 500.000.

Maurice Cunningham, ex-professor de ciências políticas da Universidade de Massachusetts-Boston que acompanhou o crescimento e os relacionamentos do Moms for Liberty, disse à AP que vê isso como mais uma evidência de que o grupo faz parte de um ataque “de cima para baixo” à educação pública.

Kerr respondeu apontando para os 130.000 membros não remunerados do Moms for Liberty em todo o país.

“Os sindicatos gostariam que isso fosse de cima para baixo, pois assim talvez pudéssemos ser impedidos”, disse ela. “Mas cada vez mais pais estão se juntando à missão porque há um esforço coordenado para manter os pais fora das decisões que envolvem seus filhos na escola.”

Ela acrescentou que o grupo tinha 7.301 pequenos doadores em 2022.

A declaração de impostos lista três diretores da organização sem fins lucrativos, incluindo Tina Descovich, Marie Rogerson e Tiffany Justice. Descovich e Justice eram duas das três ex-representantes do conselho escolar que co-fundaram o grupo; a outra, Bridget Ziegler, deixou o cargo mais tarde. A remuneração reportável para cada um dos diretores em 2022 variou de cerca de US$ 44.000 a pouco mais de US$ 50.000, segundo o registro.

Uma declaração de imposto de renda para a fundação Moms for Liberty, sediada na Flórida, mostra que a organização relatou receitas adicionais de US$ 220.000 em 2022. Isso incluiu uma doação de US$ 100.000 de uma organização sem fins lucrativos administrada por Julie Fancelli, mostram os registros de 2022 de sua organização. Fancelli é uma doadora republicana cuja família é proprietária dos supermercados Publix e que ajudou a financiar o comício “Stop the Steal” de Trump em 6 de janeiro, de acordo com as conclusões do comitê da Câmara em 6 de janeiro.