Deputados britânicos abandonam o X por retórica de direita

Foto: James Duncan Davidson/Creative Commons

Deputados trabalhistas britânicos estão cada vez mais abandonando o X, anteriormente conhecido como Twitter, citando preocupações com o papel da plataforma na disseminação de desinformação e amplificação da retórica de extrema-direita sob a liderança do empresário Elon Musk.

De acordo com o jornal The Guardian na segunda-feira, o êxodo começou após deputados recentemente eleitos expressarem seu alarmismo em grupos internos do WhatsApp sobre o envolvimento da plataforma na incitação a recentes tumultos liderados pela extrema-direita em partes da Inglaterra e da Irlanda do Norte.

Dois deputados trabalhistas já desativaram suas contas, sendo Noah Law um dos que deixaram a plataforma completamente.

Outros, embora ainda mantenham uma presença no X, estão explorando ativamente alternativas como Threads, de propriedade da Meta, a empresa-mãe do Facebook, e a plataforma de código aberto Bluesky.

Musk, que adquiriu o Twitter em 2022 e o rebatizou como X, voltou a atrair controvérsias após seus comentários sobre os recentes tumultos.

O bilionário da tecnologia sugeriu que a agitação sinalizava que “a guerra civil é inevitável” no Reino Unido, atraindo críticas agudas por não apenas falhar em combater a desinformação, mas também por propagá-la ele mesmo.

Bruce Daisley, um ex-executivo do Twitter, pediu sanções pessoais contra Musk, incluindo a possibilidade de um mandado de prisão, se ele continuar incitando a desordem pública online.

Jess Phillips, uma ministra do Home Office com mais de 700.000 seguidores no X, também expressou seu desejo de reduzir seu uso da plataforma, descrevendo-a como “um lugar de miséria” e “um pouco despótico.”

Um ministro do governo ecoou esses sentimentos, admitindo que havia reduzido sua atividade no X durante o verão devido às ações de Musk, o que o havia tornado “muito relutante em retornar.”

Musk se posicionou como um defensor da liberdade de expressão, reinstaurando figuras controversas como o ex-presidente dos EUA Donald Trump e o ativista de extrema-direita Tommy Robinson, enquanto também suspendeu outras contas por razões desconhecidas ou, como afirmam os críticos, por motivos políticos, como a suspensão breve de uma conta chamada “White Dudes” que apoiava a pré-candidata presidencial democrata dos EUA Kamala Harris.

Sua gestão do X tem atraído considerável escrutínio, particularmente de deputados trabalhistas, que o acusam de transformar a plataforma em “um megafone para adversários estrangeiros e grupos de extrema-direita,” conforme declarado por Josh Simons, o deputado trabalhista por Makerfield.