
“Nada será como antes”, diz líder da extrema direita portuguesa após sucesso nas eleições
Partido de extrema direita Chega torna-se principal oposição, encerrando décadas de bipartidarismo em Portugal
O líder do partido de extrema direita português Chega, André Ventura, comemorou nesta quarta-feira o sucesso eleitoral de seu partido, após o Chega tornar-se, pela primeira vez, o principal partido de oposição do país.
“Nada será como antes, os portugueses vão recuperar o seu país!”, escreveu Ventura no X (antigo Twitter).
O Chega ultrapassou o Partido Socialista e ficou em segundo lugar após a contagem dos votos do exterior da eleição geral de 18 de maio, anunciou o Ministério da Administração Interna.
Ex-comentarista esportivo de televisão, Ventura fundou o Chega em 2019 e fez o partido crescer de uma única cadeira no parlamento para agora 60.
A cena política portuguesa tem sido marcada por instabilidade, com três eleições gerais desde 2022. A cada pleito, o Chega ganhou força, especialmente conquistando votos em regiões tradicionalmente de esquerda.
Com a contagem final colocando os socialistas dois assentos atrás do Chega, o resultado marca o fim da hegemonia bipartidária que moldou a política portuguesa desde o retorno do país à democracia nos anos 1970.
“Lutamos juntos, vencemos juntos. Agora somos mais, e temos mais força”, escreveu Ventura no X.
Posicionando seu partido como a alternativa ao governo, Ventura afirmou que o Chega representa “a voz da mudança”.
Apesar de ter superado os socialistas, o Chega permanece em segundo lugar no geral.
O atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, da Aliança Democrática (AD) de centro-direita, ficou em primeiro lugar com 91 cadeiras — aquém das 116 necessárias para uma maioria —, mas espera-se que governe com a abstenção do Partido Socialista, como ocorreu após a vitória de Montenegro na eleição do ano passado.