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Resistências perante o mundo de Meloni e da extrema direita na Itália
Extrema Direita

Resistências perante o mundo de Meloni e da extrema direita na Itália

A líder reacionária italiana enfrenta manifestações da população italiana

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Via Viento Sur

Tempo de leitura: 4 minutos.

As pesquisas eleitorais continuam dando uma grande vantagem às forças de extrema direita no poder na Itália, e amplos setores da sociedade continuam passivos e até mesmo favoráveis às suas políticas antissociais e reacionárias.

No entanto, uma certa efervescência social começa a se manifestar e a vontade de oposição cresce. Essa mobilização social e política se articula em torno de três eixos.

Mobilização contra o decreto do medo

Trata-se de um decreto-lei governamental hiper-repressivo, antidemocrático e inconstitucional que “combina a repressão política, o controle social, o populismo penal, a cultura patriarcal, o desprezo de classe e o racismo, introduzindo 23 novos crimes penais… Trata-se de uma verdadeira guerra interna desencadeada pelo governo pós-fascista contra a classe trabalhadora, movimentos sociais, jovens, ecologistas, mulheres e migrantes.”

Após numerosas manifestações locais, no sábado, 31 de maio, ocorreu uma grande manifestação em Roma que reuniu todos os movimentos sociais, as forças da esquerda radical, mas também a CGIL e os partidos de oposição parlamentar contra o “decreto do medo”, ao mesmo tempo em que expressou solidariedade à Palestina e rejeição ao rearmamento.

Mobilização por Palestina e contra o rearmamento

Este é o segundo tema central: multiplicam-se as manifestações de solidariedade com o povo palestino e a rejeição ao genocídio em curso em Gaza, mas também a rejeição ao programa de rearmamento da Europa capitalista. Essas turbulências levaram as forças de oposição, PD, M5S e a Aliança dos Verdes e da Esquerda (AVS), a organizar uma manifestação contra a política do governo israelense no dia 7 de junho.

Mas a grande manifestação ocorrerá em 21 de junho, em Roma. Será organizada pelo comitê “Stop ReArm Europe”, que reúne o mundo associativo e as forças políticas e sindicais radicais de esquerda, assim como a CGIL. “Parar Israel, libertar Gaza e a Palestina, desarmar a Europa e o mundo, parar a guerra e o sistema de guerra.” Para a Sinistra Anticapitalista, trata-se também de uma “batalha contra todos os imperialismos, o neo-zarista de Putin, o da OTAN e dos Estados Unidos de Trump e o da União Europeia capitalista.”

Um referendo contra a precariedade

A terceira diretriz da mobilização é a campanha para o referendo institucional dos dias 8 e 9 de junho: os cidadãos deverão se pronunciar nesse referendo sobre quatro questões (promovidas pela CGIL) sobre a revogação das piores disposições da “Jobs Act/Lei de Emprego” aprovada pelo PD liberal de Renzi em 2014, às quais se adiciona uma questão sobre a cidadania promovida por uma pequena força laica do centro. As cinco questões contam com o apoio de uma ampla gama de forças sociais e de quase todos os partidos da oposição, inclusive o PD da secretária Schlein. Trata-se de um referendo que tem como objetivo limitar a precariedade e a insegurança laboral, lutar contra o liberalismo e reforçar a unidade da classe trabalhadora. Parece muito difícil alcançar o quórum (50%); o governo e os meios de comunicação impuseram um silêncio quase total sobre essa data; as forças patronais e de direita apostam na abstenção para manter as normas de precariedade. A campanha, organizada em particular pela CGIL, foi intensa e massiva, encontrando eco positivo também entre a juventude. É difícil imaginar uma vitória total, mas é possível que se esteja criando um clima social mais favorável à resistência e às lutas, inclusive para a renovação dos contratos de trabalho de 7 milhões de empregados, e isso em um contexto de forte crise industrial.

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