
Julgamento de apelação da líder francesa de extrema direita Marine Le Pen marcado para janeiro, antes da corrida presidencial
O julgamento de apelação está previsto para durar cinco semanas, com o veredito esperado antes do próximo verão, antes da eleição presidencial de alto risco em 2027
Um tribunal de Paris marcou as datas para o julgamento de apelação da líder de extrema direita Marine Le Pen, em um caso que determinará se a líder poderá concorrer à presidência em 2027, após ter sido impedida de ocupar cargos públicos por desviar fundos da União Europeia.
O tribunal de Paris anunciou que as audiências ocorrerão de 13 de janeiro a 12 de fevereiro de 2026.
Le Pen, líder da Reunião Nacional (RN, anteriormente Frente Nacional ou FN), está atualmente impedida de ocupar cargos públicos após receber uma sentença de inelegibilidade de cinco anos com efeito imediato no primeiro julgamento do caso dos assistentes parlamentares do FN, ocorrido no início deste ano.
Em março, o tribunal criminal de Paris condenou Le Pen por criar, juntamente com 24 ex-deputados europeus, um esquema que utilizava fundos do Parlamento Europeu para pagar funcionários de seu partido nacional entre 2004 e 2016. Os juízes determinaram que o esquema causou um prejuízo de €3,2 milhões aos contribuintes da UE.
Le Pen foi condenada a quatro anos de prisão, dos quais dois podem ser cumpridos com tornozeleira eletrônica, multa de €100.000 e cinco anos de inelegibilidade, o que a desqualificou imediatamente de mandatos eleitorais. Essas condenações estão suspensas enquanto durarem os recursos.
Na audiência de segunda-feira, advogados da política de extrema direita contestaram o cronograma escolhido, alertando que o julgamento poderia ofuscar as eleições municipais da França, previstas para março de 2026.
Por sua vez, Le Pen prometeu não alterar sua defesa, continuando a insistir que é alvo de uma vingança política.
O julgamento de apelação ocorrerá menos de dois anos antes da próxima eleição presidencial francesa, na qual Le Pen deve concorrer pela quarta vez.
Caso a decisão não seja revertida, Le Pen será forçada a considerar um candidato alternativo, como Jordan Bardella, líder de seu partido e deputado europeu de 29 anos.
Além da eleição presidencial, Le Pen teoricamente não poderia se candidatar em eleições parlamentares antecipadas no caso de uma nova dissolução da Assembleia Nacional — uma possibilidade que o presidente francês Emmanuel Macron já descartou.