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Via RFI
Foi a morte de um homem em 2013 que precipitou a queda do Aurora Dourada. Naquela época, o partido de extrema direita estava bem estabelecido. Nesse contexto, Pavlos Fyssas, um cidadão grego, ativista antifascista e rapper, foi assassinado em Piraeus, um subúrbio de Atenas, por membros da Aurora Dourada. Esse foi o ponto de partida de uma saga judicial que levaria a um julgamento de cinco anos. Mas será que a estrutura hierárquica da Aurora Dourada implica que os líderes seniores foram responsáveis pela morte de Fyssas? Em primeira instância, os tribunais gregos decidiram de forma afirmativa.
Como resultado, a Aurora Dourada foi reconhecida como uma “organização criminosa”. Uma apelação está em andamento, mas os líderes do partido ainda estão na prisão. De qualquer forma, desde esse caso e o início dos processos judiciais – e mesmo antes de o partido ser efetivamente banido – seus resultados eleitorais já haviam despencado constantemente.
A extrema direita ressurge
Durante vários anos, essa franja de extrema direita parecia ter desaparecido na Grécia. Especialmente porque os conservadores, no poder desde 2019, estão unidos sob a bandeira da Nova Democracia, um partido que atualmente reúne uma parte muito importante da direita grega. Seus membros vão desde a centro-direita, personificada pelo primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, até a extrema direita, como Adonis Georgiadis, atual ministro do Trabalho, e Makis Voridis, ministro de Estado.
No total, três partidos à direita da conservadora Nova Democracia entraram na Assembleia nas últimas eleições legislativas. Mas o partido que causou o maior impacto foi o Espartanos, com 12 deputados. Esse partido, que surgiu do nada, obteve um sucesso eleitoral surpreendente, possível principalmente graças ao apoio que recebeu de um ex-membro do partido Aurora Dourada, que está atualmente na prisão. Prova de que, na Grécia, a fênix da extrema direita mais radical poderia muito bem ressurgir das cinzas.