
Palestina alerta sobre incitação de extrema direita israelense para explodir a Mesquita de Al-Aqsa
Ministério das Relações Exteriores condena vídeo gerado por inteligência artificial mostrando a destruição de Al-Aqsa e a construção do suposto Terceiro Templo
A Palestina alertou neste sábado sobre o aumento da incitação promovida por grupos de colonos israelenses de extrema-direita, que estão pedindo a destruição da Mesquita de Al-Aqsa, localizada em Jerusalém Oriental ocupada.
O Ministério das Relações Exteriores da Palestina condenou um vídeo gerado por inteligência artificial intitulado “No Próximo Ano em Jerusalém”, que está circulando em plataformas hebraicas extremistas. O vídeo mostra a Mesquita de Al-Aqsa sendo bombardeada e substituída por um suposto Terceiro Templo.
Em comunicado, o ministério classificou o vídeo como “uma provocação sistemática com o objetivo de intensificar os ataques contra os locais sagrados islâmicos e cristãos em Jerusalém ocupada.”
A pasta afirmou que a liderança de extrema-direita de Israel se sente “encorajada a avançar com sua agenda de judaização e colonização diante da fraca reação internacional frente aos seus crimes genocidas em curso, especialmente em Gaza.”
O ministério apelou à comunidade internacional e aos órgãos da ONU para que tratem a incitação com seriedade e adotem medidas legais, conforme o direito internacional, para deter as ações unilaterais de Israel contra os palestinos.
Embora autoridades israelenses afirmem que o status quo da Mesquita de Al-Aqsa está sendo mantido, o Waqf Islâmico em Jerusalém rejeitou essa alegação.
O status quo se refere ao arranjo pré-1967, segundo o qual o Waqf administra o local e apenas muçulmanos podem orar ali.
Na segunda-feira, o Waqf afirmou que as repetidas violações da santidade do local representam “uma transgressão sem precedentes de seu status histórico, religioso e legal como local muçulmano reservado exclusivamente ao culto islâmico.”
Grupos de extrema-direita haviam convocado anteriormente incursões em massa ao complexo de Al-Aqsa durante o feriado judaico da Páscoa, que começou no último domingo.
Desde 2003, as autoridades israelenses têm permitido a entrada de colonos no complexo quase todos os dias.
Israel ocupou Jerusalém Oriental, onde se localiza a Mesquita de Al-Aqsa, durante a Guerra Árabe-Israelense de 1967, e anexou unilateralmente a cidade em 1980 — movimento não reconhecido pela comunidade internacional.
A Mesquita de Al-Aqsa é o terceiro local mais sagrado do Islã. Os judeus chamam a área de Monte do Templo, acreditando que ali estavam localizados dois antigos templos judaicos.