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Espanha: 5 feridos em violência anti-migrantes atribuída à extrema direita
Extrema Direita

Espanha: 5 feridos em violência anti-migrantes atribuída à extrema direita

Confrontos eclodiram por uma segunda noite em uma pacata cidade do sudeste da Espanha, próxima a Múrcia

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Via DW

Tempo de leitura: 3 minutos.

Um surto de violência entre migrantes e moradores em uma cidade no sudeste da Espanha foi alimentado por postagens nas redes sociais de grupos de extrema direita, disse um funcionário do governo espanhol neste domingo.

Cinco pessoas sofreram ferimentos leves durante os distúrbios na noite de sábado e uma pessoa foi presa.

Mariola Guevara, delegada do governo central na região de Múrcia, afirmou que as autoridades agiram após detectar publicações que incitavam uma “caçada planejada a migrantes”, que começou antes do previsto.

O que sabemos?

Grupos armados com cassetetes percorriam as ruas da pacata cidade de Torre Pacheco, perto de Múrcia, na noite de sábado, pelo segundo dia consecutivo, dias após um ataque a um idoso por agressores desconhecidos.

Apesar da grande presença policial, o jornal regional La Opinión de Murcia relatou que os grupos estavam procurando pessoas de origem estrangeira.

Vídeos postados nas redes sociais mostraram homens vestidos com roupas com símbolos de extrema direita e migrantes carregando bandeiras do Marrocos atirando objetos uns nos outros no centro da cidade de cerca de 40 mil habitantes.

As imagens também mostraram contêineres de lixo e barricadas em chamas.

Policiais conseguiram evitar um confronto direto entre os dois grupos, disse o prefeito Pedro Ángel Roca.

Roca afirmou que a maioria das pessoas envolvidas nos distúrbios vinha de outras áreas.

Idoso se recupera após agressão por jovens

Os confrontos ocorreram após vários dias de agitação em menor intensidade na cidade, depois da agressão a um idoso na quarta-feira.

O homem de 68 anos está se recuperando em casa dos ferimentos e disse à imprensa local que foi atacado por três jovens do Norte da África. O ataque foi filmado e postado nas redes sociais.

As razões por trás da agressão não estão claras e ninguém foi preso relacionado ao incidente.

Francisco Pulido, chefe da Guarda Civil na região de Múrcia, disse que enviou unidades para dispersar a multidão e evitar mais violência.

Pulido afirmou que as autoridades também estão focadas em investigar possíveis crimes de ódio.

Ameaças contra migrantes

Ameaças direcionadas a famílias marroquinas que vivem em Torre Pacheco circulam nas redes sociais há dias, segundo o jornal El País.

As autoridades espanholas fizeram um apelo à calma no domingo, com Fernando López Miras, chefe do governo de Múrcia, escrevendo no X que “Torre Pacheco deve voltar ao normal.”

“Entendo a frustração, mas nada justifica a violência,” acrescentou o político conservador.

Migrantes representam cerca de 30% da população da cidade, aproximadamente o dobro da média da Espanha, segundo o jornal El Mundo.

A região ao redor da cidade também abriga grande número de migrantes que trabalham como trabalhadores rurais.

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