Portugal: A RUA Solidariza-se com Mamadou Ba Contra o Racismo

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Via Rede Unitária Antifascista

No inicio do mês de Março, em entrevista ao jornal Público, o primeiro-ministro, António Costa, decidiu, lamentavelmente e contra si próprio enquanto pessoa racializada, equiparar a ameaça racista e fascista das forças de extrema-direita à acção dos movimentos antirracista e antifascista: “nem André Ventura nem Mamadou Ba representam aquilo que é o sentimento da generalidade do país. Felizmente”.

António Costa faz, assim, eco do ideário da extrema-direita, negando o racismo estrutural que dilacera as nossas sociedades e procura atestar que quem se dedica a combater o racismo é semelhante àquele que dele tira proveito. Este é o discurso das classes dominantes para desvalorizar o problema evidente de racismo estrutural para manterem o seu próprio domínio.

Tal como refere Mamadou Ba, na sua carta aberta também no Jornal Público, no dia 13 de Março, “um em cada três portugueses manifesta racismo (62%), mas mais: apenas 11% discordam integralmente de quaisquer crenças e estereótipos racistas biológicos e/ou culturais. Portanto, cerca de 90% manifestam total inconsciência ou convicções racistas”1. Para além disso, como sabemos, as pessoas racializadas são empurradas a viver as piores condições de vida das nossas sociedades.

O racismo e as múltiplas opressões têm servido o papel determinante de manter a classe trabalhadora dividida e subjugada, alimentando o regime capitalista de exploração. À divisão e ódio que nos querem impor, nós respondemos com solidariedade e mobilização! Não passarão! A RUA solidariza-se com Mamadou Ba e todas as pessoas racializadas contra o racismo!

Fim à discriminação racial!
Fim da precariedade, baixos salários e pobres condições de vida que atingem particularmente as pessoas racializadas, mulheres e LGBT+!

Aprovado por unanimidade em Assembleia Geral dia 14 de Março de 2021.