
Suécia: A extrema-direita se torna definidora na nova coalizão conservadora
Os extremistas do partido Democratas Suecos alcançam resultado inédito nas eleições do país.
Via Brussels Times
Após vários dias de contagem de votos, a direita política da Suécia saiu como vencedora de sua eleição no domingo, ganhando 176 mandatos contra os social-democratas com 173.
“M (Moderaterne) e os outros partidos da minha coalizão receberam o mandato de mudança que pedimos. Agora vou trabalhar para formar um novo governo para toda a Suécia e seus cidadãos”, escreveu no Facebook o líder do Partido Conservador Ulf Kristersson.
Kristersson falou da “frustração na unidade da Suécia”, com preocupações generalizadas sobre o crime, a economia, e que o país se tornou politicamente polarizado.
“Minha mensagem é que eu vou unir, não fraturar. Faremos o máximo para impulsionar as reformas necessárias para enfrentar a crise energética, os tiroteios e as questões de integração”.
A primeira-ministra cessante, a social-democrata Magdalena Andersson, reconheceu sua derrota e apresentou sua demissão, com efeito na quinta-feira.
Mudança histórica
Kristersson se tornará o próximo Primeiro Ministro da Suécia, embora seu Partido Conservador não seja mais o maior partido da coalizão de direita da Suécia. A verdadeira vitória vai para os Democratas Suecos de extrema-direita, que levaram a coalizão ao poder depois de ganhar 20,7% dos votos. A votação mostra uma clara divisão urbana e rural na Suécia.
As pesquisas de 11 de setembro mostraram que a coalizão de direita era a mais forte no sul da Suécia. A coalizão de esquerda teve o melhor desempenho no norte e nas maiores cidades.
Para a Suécia, é uma mudança histórica, pois o governo nunca antes confiou nos Democratas Suecos de extrema-direita para apoiar seu governo. O partido com raízes nazistas tem sido um pária na política sueca até agora. No entanto, apesar de seu sucesso, os democratas suecos não foram suficientemente fortes para reivindicar o cargo de primeiro-ministro, com os outros partidos da coalizão (Moderaterne, democratas cristãos, liberais) descontentes com a ajuda dos democratas suecos para formar um governo.
Alguns analistas acreditam que um cenário provável é que os democratas suecos apoiem o governo sem fazer parte diretamente dele. Entretanto, ainda não está claro quanta influência eles terão sobre a política.
Para a União Europeia, os resultados das eleições chegam no momento em que a Suécia está prestes a assumir a presidência rotativa do Conselho no início de 2023, o que torna pouco claro quais prioridades o governo estabelecerá e como ele poderá influenciar o bloco.