Frantz Fanon, revolucionário anticolonial

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Via Working Class History

Neste dia, 6 de dezembro de 1961, Frantz Fanon, o psiquiatra, filósofo anticolonial, revolucionário e escritor nascido na Martinica, morreu de leucemia com apenas 36 anos.

Apenas três dias antes, sua influente obra, The Wretched of the Earth (Os miseráveis da terra), foi publicada no auge da guerra de independência da Argélia, da qual Fanon participou ativamente. Ele ditou o livro para sua esposa, Josie, ao longo de 10 semanas, enquanto estava com uma doença terminal. Assim que foi lançado, o livro foi proibido na França e suas cópias foram apreendidas nas livrarias.

No livro, Fanon argumenta que: “O colonialismo não é uma máquina de pensar, nem um corpo dotado de faculdades de raciocínio. Ele é a violência em seu estado natural e só cederá quando confrontado com uma violência maior”.

Assim como em um nível político, a partir de sua experiência psiquiátrica, Fanon também acreditava que, por meio da violência libertadora, uma pessoa colonizada “descobre que sua vida, sua respiração, seu coração pulsante são os mesmos do colono. Ele descobre que a pele do colono não tem mais valor do que a pele de um nativo; e é preciso dizer que essa descoberta abala o mundo de uma maneira muito necessária”. Para Fanon, a violência anticolonial “é uma força purificadora. Ela liberta o nativo de seu complexo de inferioridade e de seu desespero e inação; ela o torna destemido e restaura seu respeito próprio”.

Entretanto, como explica a pesquisadora Muneerah Ab Razak: “Apesar disso, Fanon não acha que a violência seja um fim em si mesma. Ele expressa constantemente o custo físico e humano da violência. Ele também enfatizou que a mera violência, sem um plano claro de descolonização, apenas reproduziria as relações de poder do colonizador. Além disso, ele afirma que, apesar de recuperar a terra e o poder, a violência não será capaz de facilitar a criação de uma nova identidade nacional após a derrubada dos colonizadores.”