O primeiro genocídio do século XX
O massacre do povo Herero foi promovido pelo colonialismo alemão no território da atual Namíbia
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Neste dia, 12 de janeiro de 1904, teve início uma rebelião do povo Herero na Namíbia contra a opressão dos ocupantes alemães de seu país. A rebelião começou em janeiro de 1904 em resposta às crescentes tensões dentro da colônia alemã e foi iniciada por uma ordem de Samuel Maharero, líder dos Herero.
Em 1884, o estado alemão declarou o sudoeste da África um território colonial alemão. Os alemães tomaram terras dos habitantes africanos locais e instituíram leis e políticas que serviram para oprimir a população local. Os Herero permaneceram mais poderosos economicamente até que uma praga em 1897 matou até 90% de seus rebanhos, enfraquecendo os Herero. Em resposta, as políticas alemãs se tornaram mais brutais e a liberdade e a cultura do povo Herero foram fortemente restringidas.
A rebelião começou com a invasão de Okahandja, uma cidade no centro da Namíbia, por hererós montados, que mataram 123 pessoas, a maioria alemães, e incendiaram edifícios. A revolta se espalhou pela região, com os herero ocupando uma estação militar e matando soldados, sitiando outra cidade e emboscando uma companhia militar alemã.
Por fim, porém, os hererós foram dominados pelas forças alemãs. Muitos morreram de fome e sede enquanto fugiam pelo deserto de Omaheke. 12.000 pessoas foram forçadas a se render e foram colocadas em campos de concentração onde eram realizados experimentos médicos e execuções diárias. Muitas pessoas dos campos foram escravizadas e forçadas a construir ferrovias, docas e edifícios em todo o país.
80% da população Herero da Namíbia foi exterminada durante a revolta. O general Lothar von Trotha, que foi enviado para esmagar a resistência, ordenou que “dentro das fronteiras alemãs, todos os hereros, armados ou desarmados, com ou sem gado, serão fuzilados”. Um relatório publicado em Londres em 1918 afirmou que os soldados alemães haviam matado mulheres e crianças desarmadas.
A guerra e a ordem de extermínio do general Lothar von Trotha são consideradas pela maioria dos historiadores como o primeiro genocídio do século XX.
