Em 29 de fevereiro de 2004 o presidente haitiano Jean-Bertrand Aristide foi deposto por um golpe militar de direita, apoiado pelos Estados Unidos e pela França, a antiga potência colonial.
Aristide já havia sido presidente em duas outras ocasiões e se tornou impopular entre as facções poderosas do establishment. Ele incomodou: o exército, ao tentar colocá-lo sob controle civil; os ricos, ao adotar medidas para evitar que a riqueza fosse saqueada do país; e a antiga potência colonial francesa, ao exigir a restituição do resgate extorquido do Haiti nos séculos XIX e XX, após a derrubada da escravidão. O governo de Aristide também introduziu várias reformas progressistas, dobrando o salário mínimo, subsidiando alimentos para os pobres e construindo um grande número de escolas e hospitais.
Em 29 de fevereiro, Aristide renunciou e foi levado de avião para o exílio por agentes de segurança dos EUA. Ele alega ter sido sequestrado, o que é negado pelos EUA, embora o diplomata americano Luis Moreno tenha reconhecido que os EUA e a França orquestraram o golpe.
Após o golpe, uma força militar multinacional foi enviada para apoiar o governo do novo presidente pró-ocidental. Entre os países que enviaram tropas estavam os EUA, a França, o Chile, o Brasil, a Argentina, a Jordânia, o Nepal e o Uruguai.