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Via DW
De acordo com um relatório publicado na quinta-feira, há mais de 400 investigações sobre atitudes extremistas de extrema-direita ou crenças em teorias da conspiração entre os agentes das forças policiais estaduais alemãs.
O número real deverá ser significativamente mais elevado, uma vez que quatro dos 16 Estados alemães não fornecem dados actuais, segundo o relatório da revista alemã Stern.
Quão perigosa é a situação?
O comissário de polícia do parlamento alemão, Uli Grötsch, disse que a presença de tais pessoas representava uma enorme ameaça.
Os promotores de um golpe de Estado para derrubar o governo alemão, através do movimento Reichsbürger, terão tentado recrutar polícias para as suas fileiras.
“Vivemos numa época em que os extremistas de direita tentam deliberadamente desestabilizar as forças policiais”, declarou Grötsch à revista.
O ministro do Interior da Renânia do Norte-Vestefália, Herbert Reul, disse à Stern que esses indivíduos não são bem-vindos nas forças policiais.
“Os polícias que não se baseiam na Constituição, mas que defendem pontos de vista extremistas, são um grande perigo para a democracia e para o Estado de direito”, afirmou Reul.
Os Estados de Berlim, Mecklenburg-Vorpommern, Bremen e Turíngia não forneceram dados actualizados sobre estas investigações.
Quem são os Reichsbürger?
O plano dos Reichsbürger para derrubar o governo alemão foi revelado em dezembro de 2022, quando a polícia realizou rusgas e prendeu 25 de um total de 52 suspeitos de conspiração.
O grupo teria planeado, entre outras coisas, invadir o parlamento em Berlim, atacar o fornecimento de energia do país e depor o governo federal para poder assumir o poder. Havia mesmo planos para que certos indivíduos assumissem o controlo de importantes cargos ministeriais para o momento da “tomada do poder”.
As investigações sobre possíveis extremistas entre as autoridades de segurança federais e estatais estão em curso há anos. Em 2022, o Ministério do Interior da Alemanha publicou um relatório que encontrou actividades extremistas de direita em 327 casos.
O serviço de inteligência militar alemão (MAD) teve o maior número de casos, com 83 funcionários confirmados como tendo participado de “atividades extremistas individuais”. A Polícia Federal foi o segundo serviço com mais casos, com 18 membros.
As actividades extremistas incluíam a participação em eventos de extrema-direita e em grupos de conversação extremistas, bem como a existência de ligações a partidos e organizações extremistas.