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Um exemplo de coragem contra o fascismo japonês
História

Um exemplo de coragem contra o fascismo japonês

A coreana Kang Churyong desafiou a ocupação japonesa durante uma greve em 1931

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Via Working Class History

Tempo de leitura: 3 minutos.

Neste dia, 29 de maio de 1931, uma seringueira em greve, Kang Churyong, na Pyongyang ocupada pelo Japão, (atual Coreia do Norte), iniciou um protesto individual de alto nível no marco do Pavilhão Ulmil. O pavilhão, em um parque panorâmico, era um local popular para caminhadas matinais e, por isso, centenas de pessoas logo se reuniram para ouvir Kang, que fez um discurso poderoso sobre o destino dos trabalhadores da borracha que estavam em greve na cidade contra cortes salariais.

Referida pelo jornal nacionalista Eastern Light como a “Mulher no Céu”, Kang subiu no telhado amarrando uma pedra na ponta de um papel de tecido de algodão, jogando-o no telhado até que ficasse preso e subindo nele como uma corda. Logo chegaram dezenas de policiais, que também chamaram os bombeiros para tirá-la do local. Mas Kang disse que pularia do telhado para a morte se alguém colocasse uma escada.

No contexto da grande depressão, uma greve teve início na fábrica de borracha Pyongwon Rubber, de propriedade coreana, em 17 de maio, em protesto contra cortes salariais de 20 a 25% para suas 49 trabalhadoras. As trabalhadoras entraram em greve, e a empresa retaliou demitindo as grevistas e contratando trabalhadores substitutos. As mulheres então reagiram ocupando a fábrica em 28 de maio, até serem expulsas pela polícia.

Kang permaneceu no telhado por nove horas até que os bombeiros se aproximaram sorrateiramente e a empurraram do telhado para uma rede que havia sido colocada embaixo dela. Kang foi então presa e iniciou uma greve de fome do lado de fora da delegacia de polícia, à qual se juntaram alguns de seus colegas de trabalho.
O protesto mobilizou um grande apoio público para os grevistas. E, apesar da repressão policial e das várias prisões, os grevistas também tiveram muito sucesso em impedir que os fura-greves chegassem ao trabalho por meio de táticas militantes de piquetes, bloqueando linhas de bonde, atacando bondes e, em alguns casos, sequestrando trabalhadores fura-greves e forçando-os a pedir desculpas.

No início de junho, a greve conseguiu algumas concessões, inclusive a revogação do corte salarial e a recontratação da maioria dos grevistas que haviam sido demitidos.

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