
Destacando a representação LGBTQ na cultura pop da Indonésia
A série CONQ foi bem recebida pelas comunidades LGBT da Indonésia. Seu slogan era "A Voz da Comunidade Gay e Lésbica da Indonésia."
Junho é o mês do orgulho LGBTQ+ — veja 5 representações marcantes na cultura pop da Indonésia
Em todo o mundo, o mês de junho é hoje reconhecido como um período para apoiar e celebrar a comunidade lésbica, gay, bissexual, transgênero e queer (LGBTQ). Embora a sociedade esteja se tornando mais receptiva a esse grupo marginalizado, a luta contra sua contínua opressão e perseguição por diversos setores ainda continua.
Por isso, neste Mês do Orgulho, destacamos representações LGBTQ na cultura pop da Indonésia, que desempenham um papel significativo na formação da percepção social e na promoção da aceitação.
1. Madame X
A comédia de 2010, dirigida por Lucky Kuswandi, é uma sátira épica de quase duas horas que ridiculariza elementos conservadores que tentam reprimir a comunidade LGBTQ minoritária. Uma abordagem extravagante do gênero de super-heróis, o filme é repleto de coreografias arrasadoras, penteados ousados e figurinos impecáveis.
O icônico Aming interpreta Adam, um cabeleireiro durante o dia e heroína combatente do crime à noite. Sua arqui-inimiga é Kanjeng Badai, líder de um partido político militante e homofóbico. O que um simples cabeleireiro pode fazer? Preparar sua nécessaire e equipamentos de beleza, assumir seu papel de defensora e salvar o país, é claro.
2. Lovely Man
Escrito e dirigido por Teddy Soeriaatmadja, o filme acompanha Cahaya, uma jovem de 19 anos com fortes valores islâmicos, que vai a Jacarta em busca de seu pai desaparecido — apenas para descobrir que ele agora é uma mulher trans e trabalha como profissional do sexo, sob o nome de Ipuy.
A história se desenrola com lições sobre vida, amor e redenção para Cahaya e Ipuy, enquanto elas tentam reconstruir laços rompidos e lidar com suas questões pessoais. Acima de tudo, o filme retrata a conexão vulnerável entre duas pessoas aparentemente em polos opostos da experiência feminina.
Desde sua estreia no Festival Internacional de Cinema de Busan em 2011, o filme recebeu vários prêmios, incluindo um Prêmio de Cinema Asiático, dois Prêmios de Cinema da Indonésia e quatro Prêmios Maya, além de ser exibido em festivais internacionais da Austrália aos Estados Unidos.
3. Kucumbu Tubuh Indahku (Memórias do Meu Corpo)
Lançado em 2018, este filme premiado e controverso, escrito e dirigido por Garin Nugroho, é inspirado na história do famoso dançarino e coreógrafo Rianto.
A narrativa de amadurecimento acompanha Juno, de órfão solitário a dançarino adulto perseguido por um político poderoso e um amor rejeitado. O filme é uma montanha-russa emocional enquanto ele explora sua sexualidade e afetos ao longo da vida.
Ambientado com a rica herança cultural da Indonésia, o filme também destaca a dança tradicional Lengger, interpretada por homens que se vestem e se comportam como mulheres.
Memórias do Meu Corpo estreou no 75º Festival Internacional de Cinema de Veneza e foi exibido em diversos festivais internacionais. Na Indonésia, foi apresentado no Festival Asiático de Cinema Jogja-NETPAC 2018 e lançado nos cinemas no ano seguinte.
4. Berbagi Suami (Amor para Compartilhar)
Este filme de 2005 foca em casamentos poligâmicos vividos por três mulheres: Salma, Siti e Ming. Dirigido por Nia Dinata, explora o poliamor em diferentes contextos sociais.
O segmento de Siti apresenta uma relação mais complexa. Uma jovem javanesa com sonhos de sucesso na cidade grande, ela se casa com Pak Liknya e precisa conviver com as outras duas esposas, Sri e Dwi, e seus filhos.
Em um giro inesperado, Siti se apaixona por Dwi e juntas planejam deixar o marido, levando os dois filhos de Dwi. O que começa como um drama sobre poligamia se transforma em uma espécie de Romeu & Julieta lésbico, com duas amantes desafiando tudo por um final feliz.
5. CONQ
CONQ, derivado de uma gíria local para gays, é uma websérie também criada por Lucky Kuswandi, lançada em 2014 no YouTube. Os episódios acompanham três homens gays urbanos que enfrentam tabus e pressões sociais, contando suas histórias com humor. Eles conhecem pessoas no Grindr, discutem sobre HIV e enfrentam o preconceito com leveza e crítica.
A série foi bem recebida pelas comunidades LGBT da Indonésia. Seu slogan era: “A Voz da Comunidade Gay e Lésbica da Indonésia.” Que descanse em paz — silenciada, mas nunca esquecida.