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Reino Unido: tornar as políticas climáticas antifascistas
Negacionismo

Reino Unido: tornar as políticas climáticas antifascistas

Confrontar a extrema direita significa também solidariedade com os refugiados climáticos

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Via Freedom News

Tempo de leitura: 3 minutos.

No final de janeiro, o projeto de lei Climate and Nature (CaN) não passou na Câmara dos Comuns. Ele daria ao governo do Reino Unido o dever legalmente vinculante de perseguir metas voltadas para reduzir e reverter os efeitos da crise climática. Especificamente, a proposta sugeria que o governo britânico buscasse reduzir as emissões de carbono em conformidade com o Acordo de Paris de 2015, além de trabalhar para reverter os danos ecológicos causados tanto nacional quanto globalmente. Também previa a criação de uma assembleia temporária de cidadãos para consulta sobre questões da crise climática.

Foi a deputada Liberal Democrata Roz Savage quem tentou usar o poder estatal e a promessa de um diálogo democrático para combater a crise por meio dessa legislação. No entanto, tanto o Labour quanto o Reform se uniram para enterrar o debate, com o último celebrando a derrota do projeto no X como uma vitória absoluta e incontestável.

Mas por que exatamente os detestáveis cretinos do Reform UK estão tão entusiasmados com a derrota dessa legislação?

Parte da posição anti-clima do Reform está ligada à classe social. Legislações como o CaN Bill — ou o reformismo branco de organizações que promovem o consumismo verde — atraem a classe média alta, as mesmas pessoas que podem doar para o Wildlife Trust ou votar no LibDem. Mas isso aliena a classe média baixa e os grupos desclassificados que são o público-alvo do Reform UK. Embora suas vidas também sejam destruídas pelas mudanças climáticas, eles veem a legislação climática como uma imposição de cima e sentem que deveriam experimentar culpa e vergonha.

Ao mesmo tempo, a extrema direita tem, de fato, a ganhar com a apatia climática e com a crescente oportunidade de atacar refugiados climáticos.

Assim como na França, Itália e outros lugares, a extrema direita na Grã-Bretanha só finge não querer refugiados em suas fronteiras. Do ponto de vista antifascista, é claro que eles na verdade dependem desses refugiados como um “outro”. À medida que a crise se agrava, eles cada vez mais vão aproveitar as oportunidades para vitimizar os refugiados climáticos. As forças imperiais do mundo estão fazendo um grande favor aos fascistas, já que suas políticas climáticas continuam forçando as pessoas a fugirem das regiões afetadas.

Após um esforço forçado para se distanciar de Tommy Robinson e dos fascistas de rua, Nigel Farage, o último remanescente do séquito de Margaret Thatcher, agora lidera um partido que está empatado em pesquisas com o Labour. Enquanto isso, o ativismo climático e o antifascismo continuam separados — e por todos os motivos errados. Antifascistas e ativistas climáticos deveriam trabalhar juntos, em solidariedade com refugiados e povos indígenas de todo o mundo. A forma como resistimos à extrema direita e à sua vitimização dos “outros” está ligada à nossa política de sobrevivência planetária.

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