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Festival antirracista em Atenas é um grande sucesso em meio ao racismo de Estado
Antifascismo

Festival antirracista em Atenas é um grande sucesso em meio ao racismo de Estado

Milhares de participantes, inúmeros debates e forte solidariedade internacional: o Festival Antirracista de Atenas 2025 testemunha a vitalidade do movimento antirracista, apesar da alarmante situação política na Grécia

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Via International Viewpoint

Tempo de leitura: 3 minutos.

A 26ª edição do Festival Antirracista voltou a reunir milhares de pessoas, muitas delas jovens, que participaram dos debates, shows, refeições com culinárias do mundo todo e dos estandes políticos e associativos (com muitas associações de povos estrangeiros)… Como todos os anos, foi um momento de organização unitária que reflete a força do movimento antirracista — ainda que ele permaneça excessivamente fragmentado durante o restante do ano.

Uma política racista endossada pelo governo Mitsotakis
O governo grego de Kyriakos Mitsotakis está na linha de frente da política anti-refugiados, em sintonia com as diretrizes da União Europeia… que, ao mesmo tempo, considera essa política excessivamente demonstrativa em seu racismo! O ex-ministro da “Migração”, Makis Voridis, foi dirigente da ala juvenil da junta fascista colonial. Ele foi imediatamente substituído nesse cargo pelo filho do ideólogo nazista Kostas Plevris, que há cerca de dez anos revelou seu programa: matar refugiados para dissuadi-los de vir.

Com ministros como esses, nomeados por Mitsotakis para conquistar a lealdade do eleitorado de extrema direita, fica claro que a situação é intolerável. O mesmo se aplica aos “campos de recepção”, localizados em ilhas próximas à Turquia, que na prática são inabitáveis. A Comissão Europeia também condena o fato de que não há qualquer tipo de auxílio financeiro para os refugiados reconhecidos. A situação dos menores desacompanhados é extremamente preocupante, e o governo grego já foi condenado duas vezes pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos nesse tema.

Dois anos após o naufrágio da embarcação que transportava 750 refugiados — mais de 600 deles morreram na costa de Pylos —, as devoluções ilegais de barcos em águas internacionais continuam. Os advogados dos sobreviventes pedem o ajuizamento de processos criminais contra os responsáveis das autoridades que deveriam ter organizado o resgate, mas que demoraram muito a socorrer as vítimas. Soma-se a isso a passividade das autoridades diante da organização, no final de junho, de um verdadeiro pogrom promovido por fascistas contra a instalação, pela administração, de 500 refugiados em um estádio em Creta…

Um espaço de solidariedade e lutas internacionais
Os abusos racistas na Grécia estiveram no centro de muitos debates, mas outras questões também foram abordadas. Em especial, a corrida armamentista, tema de um debate que reuniu pelo menos 500 pessoas, incluindo Rima Hassan. E, é claro, a solidariedade com a Palestina, que esteve presente por toda parte, refletindo as inúmeras manifestações de apoio realizadas na Grécia. Sem esquecer de oficinas como a apresentação de Fascismo e grande capital, de Daniel Guérin, traduzido por nosso camarada Tassos Goudelis.

Um festival revigorante, num momento em que Mitsotakis, ao combinar políticas de extrema direita com o tradicional clientelismo de sua família política, está envolvido em um novo escândalo — desta vez ligado a subsídios europeus concedidos para ovelhas fictícias…

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