Lovett Fort-Whiteman nasceu em 1889, no Texas, filho de um pai que havia sido escravizado, e depois se mudou para a Península de Yucatán para trabalhar na indústria do cânhamo durante a revolução mexicana, onde aprendeu espanhol e sindicalismo – o sindicalismo revolucionário.
Ao retornar aos Estados Unidos, filiou-se ao Partido Socialista, bem como ao sindicato Industrial Workers of the World e, mais tarde, ao PC, cujos membros negros anteriores eram todos do Caribe. Fort-Whiteman tornou-se um conhecido organizador, viajando por todo o país, fazendo discursos para a classe trabalhadora e para o público da igreja, defendendo o socialismo e argumentando contra a proibição de membros negros nos sindicatos da Federação Americana do Trabalho. Ele também fundou o American Negro Labor Congress para combater a segregação e os linchamentos e aumentar a filiação de negros aos sindicatos. A revista Time o descreveu como “o mais vermelho dos negros” e o citou dizendo que os trabalhadores negros estavam “sofrendo todos os abusos da classe trabalhadora em geral, mas, além disso, abusos raciais, discriminação racial, privação de direitos políticos e outras opressões raciais”.
Ele passou a gostar muito da cultura e das roupas russas, casou-se com uma mulher russa e depois se mudou para a URSS. Lá, trabalhou em várias profissões, inclusive como roteirista e pesquisador de criação de peixes. Ele se envolveu em várias disputas políticas entre os PCs dos EUA e da Rússia e, em 1937, pediu permissão para voltar para casa e desapareceu. Documentos descobertos após a queda da URSS mostraram que ele havia sido exilado no Cazaquistão e, posteriormente, condenado a cinco anos de trabalhos forçados no gulag Sevostlag, na Sibéria. Um de seus companheiros de detenção afirmou que Fort-Whiteman muitas vezes não conseguia cumprir suas exigências de trabalho e, como resultado, foi espancado, ficou debilitado e perdeu todos os dentes. Seu atestado de óbito diz que ele morreu de “insuficiência cardíaca”.