A Escola Moderna de Francesc Ferrer
Há mais de um século, uma experiência pedagógica marcou a história da educação
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Em 1901, a Escuela Moderna (Escola Moderna) em Barcelona foi inaugurada pelo educador radical Francesc Ferrer. Três meses depois, havia 86 alunos.
Esse ousado experimento de coeducação secular e racional foi considerado uma heresia revolucionária e, sob o pretexto de um atentado a bomba contra o rei cometido por Mateo Morral, Ferrer foi preso e a escola fechada em 1906.
Dezenas de outras Escolas Modernas foram criadas na Espanha, muitas vezes por sindicatos como a CNT. Um ex-aluno, Mario Jordana, recordou sobre sua educação:
“Era a única escola em que meninos e meninas assistiam às aulas juntos… Eles iam felizes à escola todos os dias, aprendendo algo novo. Eles literalmente respiravam o desejo de aprender na escola.
Não conheciam castigos físicos ou morais. Na Escola Moderna, se algo acontecia que exigisse repreensão, isso era feito com uma reprimenda oral entendida apenas pelo transgressor (pois ninguém era nomeado). Era uma lição que ninguém esquecia.
A Escola Moderna ensinava às crianças a serem livres, a amarem seus semelhantes, a não prejudicar a natureza nem maltratar animais — em outras palavras, a amar a vida. Eles aprendiam a respeitar os mais velhos. … Nenhum professor tinha uma turma com mais de 15 crianças. Isso garantia que cada aluno compreendesse a matéria cedo ou tarde. Ninguém passava para outro assunto até que todos os membros do grupo dominassem a matéria estudada — ciências naturais, matemática ou qualquer outra. … As crianças não se cansavam de participar. Amavam aprender.”
Em 1909, Ferrer foi executado por acusações forjadas após uma greve geral, mas isso na verdade aumentou a popularidade de suas ideias. Após sua morte, Escolas Modernas foram criadas em todo o mundo, em países como EUA, Reino Unido, Brasil, Itália e Suíça. E suas ideias tiveram uma influência duradoura e global na educação.
