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Anastasia: conheça esta seita de extrema direita
Negacionismo

Anastasia: conheça esta seita de extrema direita

A seita de origem eslava tem crescido e angariado fiéis pela Europa.

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Tempo de leitura: 3 minutos.

Via Euronews

Ines e Norman Kosin são membros da Anastasia, uma seita russa de extrema direita acusada de antisemitismo que foi inspirada nos romances do autor russo Vladimir Megre.

O casal deixou sua vida na ilha alemã de Sylt para se mudar para uma propriedade isolada no sul da região de Burgenland, na Áustria.

Norman Kosin, que é um ex-gerente de viagens turísticas, espera trazer “cem famílias” para o que ele chama de “seu espaço de amor”, localizado na fronteira com a Hungria.

Além de contribuir para o canal dedicado de Telegram de Anastasia, Kosin aproveita outros canais de conspiração no Telegram. Ele usa esses canais – que têm um total de cerca de 250.000 assinantes – para denunciar o que ele chama de mentira da mídia.

A reação anti-Covid que impulsiona o movimento

Norman Kosin diz que suas convicções foram reforçadas pelas restrições anti-Covid, denunciando a suposta lavagem cerebral nas escolas de seus filhos.

Seu filho mais novo, de 4 anos de idade, frequenta o jardim de infância, mas os dois mais velhos, de 10 e 14 anos, foram retirados da escola.

“As almas das crianças são tão inocentes” e tais medidas “as destroem”, insiste o pai, traçando um paralelo com o que está acontecendo agora com a guerra na Ucrânia.

“Estamos construindo uma imagem, uma propaganda” contra a Rússia que “marca pela vida”, disse ele, convencido de que o “sistema”, que “degenerou” os seres humanos, vai ruir.

“A pandemia de Covid-19 deu à Anastasia um impulso considerável nos países de língua alemã”, segundo o Fundo de Documentação sobre Extremismo Político Motivado Religiosamente.

De acordo com o progenitor Megre, houve 400 iniciativas em 2019 para criar as comunidades marginais na Rússia – no entanto, estes números não foram verificados.

Um movimento que se espalhou pela Europa

Além do mundo de língua alemã, há membros ativos da Anastasia em outros países europeus, incluindo Portugal e Bulgária.

Na França, onde foram realizadas conferências nacionais sobre o tema na semana passada, foi identificado um “aumento significativo” de grupos sectários similares em conexão com a crise sanitária.

Embora o movimento Anastasia “contenha todo tipo de ideias inofensivas para uma vida melhor”, segundo Ulrike Schiesser, chefe do Escritório Federal para Questões Sectárias, ele também “é contra a democracia, o estado ou a ciência” ao se apresentar como o caminho para uma “elite” que detém a verdade.

Schiesser também observa “os elementos anti-semitas claramente presentes nos livros”, que são “geralmente ignorados, negados ou minimizados, como se não se pudesse criticar os escritos do guru”.

Norman Kosin respondeu às perguntas sobre os laços anti-semitas do movimento, removendo a questão de acordo com a AFP.

“Por causa de dois ou três capítulos, todos os que lêem os livros são metidos na categoria nacional-socialista”, continuou ele.

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