Pular para o conteúdo
Homem acusado de matar manifestante antifascista em 2019 se declara culpado
Antifascismo

Homem acusado de matar manifestante antifascista em 2019 se declara culpado

Christopher Knipe concordou em se declarar culpado pelo assassinato de Sean Kealiher e concordou com uma sentença de 17 anos de prisão

Por

Tempo de leitura: 5 minutos.

Via OPB

O homem acusado de usar um veículo para matar um proeminente manifestante de Portland em 2019 concordou em se declarar culpado de homicídio culposo durante uma audiência marcada para sexta-feira.

Christopher Knipe, 48 anos, aceitará uma sentença de 17 anos de prisão por matar Sean Kealiher nas primeiras horas da manhã de 12 de outubro de 2019, de acordo com os registros do tribunal.

Kealiher, que tinha 23 anos quando foi morto, era uma presença bem conhecida em protestos por causas antifascistas e outras. Kealiher começou a se envolver em ativismo político durante os protestos do Occupy Portland em 2011 e se tornou uma figura ativa em manifestações por justiça social e causas de reforma policial durante os primeiros anos da presidência de Trump. Knipe e a família de Kealiher afirmaram que o assassinato foi resultado de um confronto entre bêbados e não de política.

Laura Kealiher, mãe de Sean Kealiher, disse que esperava que o caso fosse a julgamento, que estava programado para começar em 23 de outubro.

“Nós, como família, dissemos que realmente não queríamos um acordo”, disse Kealiher à OPB esta semana. “Queríamos que o caso fosse a julgamento. Queríamos que fosse por homicídio porque ele fez a curva de três pontos (e) dirigiu até a calçada. Mas, não.”

Segundo o acordo de confissão, Knipe aceitará a culpa por uma acusação de homicídio culposo em primeiro grau e receberá uma sentença de 17 anos. Knipe terá que cumprir 10 anos dessa sentença, no mínimo, com a possibilidade de obter uma redução de até 20% por bom comportamento nos últimos sete anos da sentença.

O advogado de Knipe, Russell Barnett, não quis comentar.

“Em 12 de outubro de 2019, enquanto dirigia um veículo motorizado, causei de forma imprudente a morte de Sean Daniel Kealiher em circunstâncias que manifestavam extrema indiferença ao valor da vida humana”, afirma a petição de confissão assinada por Knipe.

Sean Kealiher fala em um comício após a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos em 11 de novembro de 2016, em Portland, Oregon. Kealiher foi morto em um atropelamento e fuga do lado de fora da Cider Riot! em Portland, em 12 de outubro de 2019. A polícia está investigando o caso como um homicídio.

Sean Kealiher e dois amigos estavam socializando na noite do assassinato no Cider Riot, um bar de sidra, agora fechado, no nordeste de Portland, que era um ponto de encontro popular para ativistas de esquerda. Knipe e dois outros homens foram a um show na mesma noite no Bossanova Ballroom, nas proximidades.

Por volta da meia-noite de 12 de outubro de 2019, os dois grupos de homens passaram perto um do outro nas ruas e tiveram uma discussão verbal. Pouco depois, Knipe entrou em um Ford Explorer e bateu em Kealiher antes de fugir do local a pé e abandonar seu veículo, de acordo com imagens de vídeo de vigilância e um podcast investigativo de 2021 da OPB. Kealiher morreu naquela noite depois que seus amigos o levaram ao hospital.

Laura Kealiher há muito tempo acusava Knipe de estar envolvido no assassinato, embora a polícia só o tenha prendido em 4 de agosto de 2022. Laura Kealiher insistiu que a polícia de Portland atrasou a investigação da morte de seu filho por causa de suas opiniões políticas. Em 2021, a OPB recorreu ao gabinete do promotor público do condado de Multnomah depois que a cidade de Portland se recusou a divulgar a investigação policial completa como um registro público. A OPB estava programada para receber esses registros quando Knipe foi finalmente preso, o que atrasou a divulgação desses registros.

Laura Kealiher disse que não considerava a sentença de 17 anos como uma conclusão justa para a perda de seu filho, embora os promotores e o advogado de defesa de Knipe tenham organizado uma oportunidade para que ela falasse diretamente com Knipe antes do acordo de confissão. Os dois se encontraram pessoalmente durante o verão no tribunal do condado de Multnomah.

Imagens da câmera de segurança mostram Christopher Knipe (centro) na fila do Bossanova Ballroom em 11 de outubro de 2019, na noite em que Sean Kealiher foi morto no nordeste de Portland. Knipe havia dito anteriormente à polícia que estava em casa.
Imagens de câmeras de segurança mostram Christopher Knipe (centro) na fila do Bossanova Ballroom em 11 de outubro de 2019, na noite em que Sean Kealiher foi morto no nordeste de Portland. Knipe havia dito anteriormente à polícia que estava em casa.

Ela disse que ficou desapontada com o fato de Knipe ter dito a ela que estava “desmaiado” quando matou Sean Kealiher e não aceitou a responsabilidade direta. No dia seguinte ao assassinato, Knipe informou à polícia de Portland que seu veículo havia sido roubado e não confessou o crime até que os detetives lhe disseram, em 2022, que o tinham no vídeo de vigilância dirigindo o veículo.

“É com isso que tenho dificuldade”, disse Laura Kealiher, chamando a admissão de Knipe de “decepcionante”.

Kealiher disse que usou a reunião para dizer a Knipe o quanto seu filho era importante em sua vida. Knipe estava ciente de sua culpa, disse ela à OPB.

“Percebi que o fato de odiá-lo tanto não iria aliviar minha dor e que nada traria Sean de volta”, disse ela.

Embora Laura Kealiher tenha dito que está pronta para seguir em frente com sua vida, ela pediu uma revisão completa do trabalho do Departamento de Polícia de Portland no caso para mostrar claramente por que a investigação se arrastou por quase três anos sem nenhuma prisão.

Você também pode se interessar por