O massacre de Gaza em 1956
Naquele ano, centenas de palestinos foram fuzilados pelos soldados sionistas
Em 3 de novembro de 1956, o exército israelense massacrou centenas de refugiados palestinos em Gaza, no contexto de uma invasão conjunta israelense-franco-britânica ao Egito para impedir a nacionalização do Canal de Suez.
No campo de Khan Yunis, no sul de Gaza, oficiais militares israelenses reuniram homens de 16 a 50 anos em praças públicas. Segundo Salman Abu Sitta: “Eles os conduziram em fila indiana e os alinharam contra a parede do castelo do século XIV, construído pelo sultão Burquq na praça principal da cidade. À medida que se reuniam, os professores ali presentes, os caixas de banco, os lojistas, os artesãos e os agricultores pareciam tão comuns quanto em qualquer outro dia.
“Um oficial estava em pé em seu jipe, como se fosse saudar. Olhou de um lado para o outro. O oficial ergueu a mão bem alto e a baixou rapidamente, como uma lâmina que corta. Rajadas de metralhadora estilhaçaram o silêncio, ora de um lado ora do outro. As metralhadoras soaram em uníssono, depois separadamente, como se tocassem numa orquestra do inferno, conduzida por um maestro demoníaco. Os homens capturados caíram ao chão.”
As Nações Unidas estimaram que 275 pessoas foram assassinadas, embora algumas estimativas cheguem a 1.200.
Depois dos massacres, um soldado israelense escreveu à sua namorada: “Não estou satisfeito com a quantidade que já matei; matamos centenas, mas para mim não é suficiente. A toda oportunidade me vingo deles, e oportunidades não faltam, especialmente nestes dias em que estou entre milhares de árabes. Eles estão sob toque de recolher, e isso é uma grande oportunidade para fazermos com eles o que quisermos. E é isso que estou fazendo, e não vou parar até estar a caminho de casa, juro.”
