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Clubes brasileiros realizam ações em memória ao Dia Contra o Fascismo e o Antissemitismo
Cultura e Esporte

Clubes brasileiros realizam ações em memória ao Dia Contra o Fascismo e o Antissemitismo

Data foi instituída em memória às vítimas da "Noite dos Cristais", ocorrida há 84 anos na Alemanha nazista

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Tempo de leitura: 4 minutos.

Via Máquina do Esporte

Nesta semana, vários clubes brasileiros de futebol que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro realizaram ações em memória ao Dia Internacional Contra o Fascismo e o Antissemitismo, celebrado nesta quarta-feira (9).  

A mobilização incluiu a publicação de posts sobre o tema nas redes sociais e também outras iniciativas para além do mundo virtual. O São Paulo, por exemplo, entrou em campo com uma Estrela de Davi amarela estampada no alto da camisa na partida contra o Internacional na terça-feira (8), que acabou sendo vencida por 1 a 0 pelo time gaúcho.  

Essa estrela amarela foi utilizada na Alemanha e nos demais países ocupados pelos nazistas durante as décadas de 1930 e 1940, como forma de identificar os judeus, que eram um povo perseguido e que acabou sendo alvo de uma política de genocídio, perpetrada em campos de concentração e de extermínio espalhados pela Europa. Historiadores estimam que pelo menos 6 milhões de judeus tenham sido assassinados durante esse período, que ficou conhecido como Holocausto.  

Outro que trouxe a estrela amarela no uniforme foi o Fluminense, na vitória por 3 a 0 sobre o Goiás, ocorrida nesta quarta-feira (9), no Maracanã. Em post publicado nas redes sociais, o clube explicou um pouco da história existente por trás do símbolo.

“Noite dos Cristais”

O Dia Internacional Contra o Fascismo e o Antissemitismo foi criado para manter viva a memória das vítimas da “Noite dos Cristais”, evento ocorrido há 84 anos na Alemanha nazista e nos demais territórios ocupados pelo regime totalitário (que incluíam a Áustria e as áreas equivalentes às atuais Eslováquia e República Tcheca).  

Na noite de 9 para 10 de novembro de 1938, milícias paramilitares das Sturmabteilung (SA) passaram a atacar residências e estabelecimentos comerciais pertencentes a judeus, que já vinham, há vários anos, sofrendo forte perseguição por parte do governo nazista, liderado pelo chanceler Adolf Hitler.  

O nome “Noite dos Cristais” faz referência às vitrines estilhaçadas pelo vandalismo dos membros da SA. Mais de mil sinagogas e 7 mil estabelecimentos foram destruídos. Nem mesmo escolas e hospitais foram poupados. As estimativas de mortos variam de 36 a 91. As forças policiais foram orientadas pelo governo para não intervirem, limitando-se a proteger os negócios dos não judeus.  

Mas a violência não parou por aí. Durante a “Noite dos Cristais”, 38 mil judeus foram presos e enviados a campos de concentração, onde, ao lado de outros milhões de seres humanos, passaram a ser submetidos a tortura, trabalho escravo e, por fim, tornaram-se alvo de uma política sistemática de extermínio.  

Outros clubes apoiaram a causa

Corinthians, que já havia abraçado a iniciativa em outros anos, voltou a repercutir o tema em suas redes sociais. “Este período da história jamais deve ser esquecido ou repetido”, afirmou o post feito pelo clube.  

Santos também se manifestou em apoio à causa. Em publicação feita no Instagram, o clube afirmou que “tem a honra de estar ao lado do Memorial do Holocausto na luta contra o fascismo e o antissemitismo”.

Criada em 2017 e localizada na antiga sinagoga do Bom Retiro, em São Paulo (SP), bairro, onde, aliás, o Corinthians foi fundado, a instituição se dedica a preservar a memória das vítimas do genocídio perpetrado pelo nazismo.

A ação realizada pelos clubes é resultado de uma parceria entre o Memorial do Holocausto e a agência Tech and Soul, idealizadora da proposta. Em 2019, a agência chamou a atenção da imprensa e dos torcedores, ao trazer de volta uma estrela ao uniforme do Corinthians.  

Desde 2012, as que faziam alusão a títulos haviam sido abolidas da camisa do clube, que buscava reforçar sua identificação com o torcedor, colocando essa relação acima de troféus e conquistas. O retorno da estrela, no caso a de Davi, serviu para homenagear as vítimas do Holocausto e reforçar a mensagem de tolerância, respeito ao próximo e em favor da democracia.  

As homenagens ao Dia Internacional Contra o Fascismo e o Antissemitismo prosseguirão nesta quinta-feira (10), quando o Atlético-MG irá a campo, contra o Cuiabá, trajando um uniforme que traz a “estrela para não esquecer”.

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